Em 1995, o Flamengo completava 100 anos de história e buscava reforços de peso para comemorar a data com títulos. Depois da chegada bombástica de Romário, o clube surpreendeu ao anunciar Edmundo em 19 de maio daquele ano. O “Animal”, então um dos atacantes mais badalados do país, vinha de grande fase no Palmeiras e tinha tudo para formar com Romário e Sávio o temido “melhor ataque do mundo”.
Por isso, a expectativa era enorme. Edmundo chegou com o aval de Romário, mas também com receio da diretoria sobre o temperamento explosivo da dupla. Vale destacar que a confiança era alta, mesmo com os riscos. Além disso, o clube vivia uma situação financeira delicada, o que tornava a aposta ainda mais ousada.
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Lesão, acidente e o fim da trajetória de Edmundo no Flamengo
O ex-presidente Kleber Leite relembrou os bastidores da curta passagem do jogador. Segundo ele, a queda de rendimento de Edmundo teve dois marcos: a lesão grave e, principalmente, o acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas.
“Ele teve uma contusão muito séria, que demorou muito tempo para ele retornar e, infelizmente, aquele acidente na Lagoa. A única coisa que balançou, no aspecto humano, foi o acidente. Ali sentimos que não daria para continuar”, afirmou.
Sendo assim, o clube decidiu emprestá-lo ao Corinthians. Por uma orientação do departamento jurídico, disse Kleber, “nós entendemos que a melhor alternativa era tirá-lo do Rio de Janeiro”.
Consequências jurídicas e encerramento do caso
O acidente, ocorrido em 2 de dezembro de 1995, causou a morte de três pessoas e ferimentos em outras três. Edmundo foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto, mas nunca cumpriu a pena. Dessa maneira, após sucessivos habeas corpus, o STF extinguiu sua punibilidade em 2011 porque o crime prescreveu.
Desse jeito, o Flamengo encerrou uma das contratações mais simbólicas e decepcionantes de sua história. Com isso, a aposta do centenário virou apenas uma lembrança amarga no clube.
