O futebol brasileiro sempre foi marcado por camisas 10 lendários, mas, segundo Zico, essa tradição está desaparecendo. Em entrevista ao programa A Resenha, do canal de Nilson Cesar, o ídolo do Flamengo lamentou a falta de jogadores com as características que o consagraram.
Mas será que essa posição realmente morreu? Para o Galinho de Quintino, há um único representante legítimo dessa função no Brasil atualmente.
- Flamengo revela data da volta de Pedro aos gramados
- Flamengo aguarda julgamento de Lucas Paquetá e tem concorrência de gigante da Premier League
Alan Patrick: o último camisa 10 tradicional?
Na visão de Zico, o futebol brasileiro perdeu seus meias armadores clássicos, mas há uma exceção: Alan Patrick, do Internacional. Isso porque, segundo o ex-jogador, ele ainda desempenha a função tradicional do camisa 10, sendo um organizador de jogadas e ditando o ritmo do time.
“Talvez jogando nesta posição mesmo de 10, brasileiro, talvez só o Alan Patrick, do Internacional”, opinou Zico, que entende como poucos essa função.
Sendo assim, o ex-jogador reforçou que os esquemas táticos modernos deram prioridade a outras funções, deixando de lado aquele meia que criava, driblava e decidia os jogos com passes geniais.
Esquemas táticos estão acabando com o camisa 10?
Zico destacou que o futebol atual prioriza compactação e intensidade, deixando menos espaço para jogadores com características criativas. Com isso, os treinadores passaram a montar equipes sem um camisa 10 clássico, apostando em meias que também tenham obrigações defensivas.
Por isso, ele ressaltou que é raro ver um time do Brasileirão apostando nesse estilo de jogo:
“Aqui no Rio, nos grandes times, você não vê aquele 10 que a gente estava acostumado a ver. Em São Paulo, a mesma coisa. O esquema tático tá em primeiro lugar”, afirmou Zico.
Dessa maneira, fica claro que o futebol moderno está cada vez mais físico, reduzindo o espaço para jogadores que não se encaixam nesse novo modelo de jogo.
Real Madrid como referência sem camisa 10
Além disso, Zico apontou o Real Madrid como exemplo de um time vencedor sem um camisa 10 clássico. Segundo ele, a equipe espanhola dominou o futebol mundial com dois meias centrais, como Modric e Kroos, à frente de um volante marcador, como Casemiro.
Isso porque, segundo Zico, os times modernos preferem apostar em jogadores que ocupam mais espaços e ajudam na marcação, deixando de lado a figura do camisa 10 livre para criar.
Por fim, Zico reforçou que a função do camisa 10 foi praticamente anulada no futebol atual. Vale destacar que os jogadores que atuam mais avançados precisam voltar para marcar, algo que antes não era exigido de um meia-armador.
“O número 10 não funciona mais”, cravou o eterno ídolo do Flamengo.
Cabe ressaltar que, mesmo com essa mudança no futebol, ainda há jogadores como Alan Patrick, que mantêm viva a essência do camisa 10 tradicional. Mas até quando?