O torcedor do Flamengo tem mais um motivo para se animar. O clube deu início a uma das etapas mais importantes rumo à construção de seu estádio próprio: o estudo técnico detalhado do terreno do Gasômetro, localizado na região central do Rio de Janeiro.
A medida representa um passo concreto e estratégico para tirar o projeto do papel e não é pouca coisa.
📌 Neste artigo do Ligados no Fla, você entende tudo sobre os bastidores, os desafios e os próximos passos dessa iniciativa histórica para o clube.
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Empresas a campo: o terreno começa a contar sua história
⚠️ ESTÁDIO PRÓPRIO: Flamengo contrata 4 empresas especializadas para iniciar análises técnicas do terreno do Gasômetro.
— Coluna do Fla | Flamengo (@ColunadoFla) April 16, 2025
Os estudos serão feitos sob a coordenação da Arena e+v.
A Aecom vai fazer a parte mais complexa, que é a análise da contaminação do solo, com duração estimada… pic.twitter.com/mNV7Bs1Usm
Desde segunda-feira, três empresas especializadas estão mergulhadas em análises minuciosas do local. O processo deve durar seis meses e é coordenado pela “Arena Events + Venues”, que também assina o projeto conceitual do estádio.
A Aecom será a responsável pela investigação ambiental, atualização da avaliação de riscos e formulação da estratégia de descontaminação do solo etapa considerada a mais complexa. Já a Soloteste vai atuar no levantamento de dados geotécnicos que darão base aos cálculos estruturais e à definição das fundações do estádio.
Por fim, a JDS entra com as análises topográficas, identificando detalhes planialtimétricos, vegetação e eventuais medidas de compensação ambiental exigidas pelos órgãos competentes.
Vale destacar que a descontaminação do solo é vista como a parte mais delicada do processo, sendo ela determinante para o início das obras.
Muito além da bola: cifras, mediação e entraves judiciais
A construção do estádio vai muito além da engenharia: envolve também negociações políticas e disputas jurídicas. O terreno foi arrematado em julho por R$ 138,2 milhões, com um valor adicional de R$ 7,8 milhões após perícia. No entanto, a Caixa Econômica Federal contestou a quantia, e o valor foi depositado em juízo.
Sendo assim, um processo de mediação foi iniciado, envolvendo Flamengo, Prefeitura, AGU e Caixa. O acordo fechado prevê o pagamento de R$ 23 milhões em cinco anos por parte do clube, em contrapartida à liberação do terreno. Ao mesmo tempo, a Prefeitura aceitou transferir os Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) para outras áreas da cidade sob administração da Caixa.
Apesar do pré-acordo ter sido assinado em outubro, a documentação final ainda não foi formalizada. Isso porque a atual diretoria pediu sucessivos adiamentos para revisar os termos. Segundo o presidente Bap, isso não compromete o cronograma das obras, já que elas dependem da descontaminação e do remanejamento da estação de gás da Naturgy, que ainda está no terreno.
Custos sob nova análise: de R$ 1,9 bi para R$ 3 bi
Inicialmente estimado em R$ 1,9 bilhão pela gestão anterior, o custo da obra foi revisto pela nova diretoria. Agora, a expectativa mínima é de R$ 3 bilhões, valor mais condizente com a complexidade do projeto e com a infraestrutura que será exigida.
Segundo apurou o Ligados no Fla, esses novos números são baseados nas análises que estão sendo executadas no terreno e na experiência da “Arena Events + Venues” em empreendimentos semelhantes.
📊 Resumo em números:
- 🏟️ Previsão de custo atual: R$ 3 bilhões
- ⏳ Duração dos estudos técnicos: 6 meses
- 🧪 Etapa crítica: descontaminação do solo
- 💰 Valor do terreno: R$ 138,2 milhões + R$ 31 milhões em complementações
- ⚖️ Processo judicial: em fase final de mediação
O futuro começa no solo do passado
Com isso, o Flamengo dá um passo definitivo na jornada de ter sua própria casa. Os próximos meses serão fundamentais para transformar o terreno do Gasômetro em um verdadeiro alicerce do sonho rubro-negro. O estádio ainda está no papel, mas as movimentações já são reais, técnicas e estratégicas.
O torcedor, por sua vez, acompanha tudo com entusiasmo e expectativa. Afinal, construir um estádio é mais do que erguer arquibancadas: é consolidar a identidade de um dos maiores clubes do mundo em solo próprio.